Neurologia e Desenvolvimento de crianças e adolescentes
Dra. Heloisa Viscaíno Pereira- neuropediatra. Informações compartilhadas sobre assuntos relativos ao desenvolvimento neurológico e comportamental nas 2 primeiras décadas,
terça-feira, 22 de janeiro de 2013
Ensinar a ser feliz
O que é ser feliz e como se aprende isso? Será que dentre as muitas coisas que devemos ensinar aos nossos filhos, precisamos pensar em como ensinar algo que parece tão natural?
A sensação de satisfação que muitas pessoas chamam de felicidade pode ser muito transitória e dependente de fatos externos. Um carro novo, uma roupa, ir a um certo lugar, almoçar fora... usar a roupa de marca, dizer que viajou nas férias... É claro que são coisas boas, usufruir de bem estar material e conforto... mas... quantas pessoas conhecemos que jamais estão felizes, apesar da rotina infindável de aquisições?
"Ter" é uma coisa muito provisória, uma vez que a sociedade de consumo nunca nos deixa satisfeitos. Sempre haverá um novo " ter", melhor, mais recente e que nos dê mais status, ou seja, que nos dê um bom lugar na sociedade de consumo... "Ser" é mais difícil. Dá mais trabalho e depende de uma estrutura que parte de dentro de nós. Algo que o consumo não modifica.
Bem, e os pais? Digamos que este jogo de valores seja principalmente familiar. É natural que a criança queira tudo de interessante, novo e colorido mas cabe aos pais trazer a reflexão consciente que dá à criança a capacidade muito poderosa de escolher. Ser levado pelo consumo não é o mesmo que escolher o que quer. Decidir se algo lhe interessa realmente depende de reflexão e esta, por sua vez, de auto-conhecimento.
Ajudar seu filho a conhecer seus sentimentos, seus motivos e a refletir sobre o mundo que o cerca faz com que ele se sinta no controle da própria vida: um passo dos mais importantes para a felicidade.
O respeito aos próprios sentimentos e a capacidade de ouvir e de dizer sim ou não sem medo ou culpa são conquistas que garantem um caminho de coerência emocional que resulta mais vezes em felicidade.
Pessoas que se conhecem são mais felizes, isto é certo. Ajude seu filho.
Meu filho não dorme
Esta é uma queixa muito frequente nos consultórios, especialmente para bebês. Lembre-se: os bebês recém nascidos dormem em torno de 18 horas por dia mas seu sono é feito em parcelas, dando a impressão de que nunca dormem de verdade. Apenas quando estabelecem o amadurecimento do ritmo circadiano relacionado à luminosidade e também passam a poder ficar mais horas sem comer é que o sono se torna mais agrupado e respeita o ciclo noite/dia. Mesmo assim, até os 4 ou 5 anos, muitas crianças ainda precisam dormir durante o dia por algumas horas. Para crianças mais velhas, são trazidas aos consultórios as queixas relacionadas ao despertar noturno frequente e dificuldades para dormir. Nestes casos, a maior parte das vezes há relação com hábitos inadequados. Porém, a epilepsia noturna, problemas de apnéia do sono e outras questões de saúde devem ser investigadas pela entrevista e solicitação de exames. A higiene do sono refere-se à condições que favorecem a saúde do sono tais como o ambiente silencioso e de boa temperatura, os horários constantes e os hábitos relacionados.
Veja se você respeita os preceitos de higiene do sono para você e sua família:
1. Ambiente calmo e mudanças graduais no horário de adormecer 2. Consistência de horários 3. Ritual do adormecer que tenha conforto e constância 4. Domínio do próprio adormecer 5. Evitar dependência tal como o sono na mesma cama dos pais 6. Evitar alimentar a criança durante a noite
para que volte a dormir.
Caso você tenha dificuldades para implementar uma rotina saudável procure a orientação de seu pediatra.
Paralisia cerebral
O termo Paralisia Cerebral refere-se a uma disfunção neuromotora que afeta o cérebro em desenvolvimento. Está relacionada a um problema motor: uma dificuldade de realizar movimentos e a se libertar de um padrão mais reflexo de atos motoresde forma a alcançar etapas esperadas no desenvolvimento voluntário, tais como rolar, sentar, engatinhar e andar. As crianças com este diagnóstico podem ser mais rígidas (espásticas.afetar o corpo todo ou uma parte dele, serem mais molinhas ( hipotônicas) ou apresentarem movimentos descordenados (atáxica e coreoatetótica). Frequentemente houve alguma dificuldade no parto ou antes deleque levou à lesão cerebral por falta de oxigenação ou outros mecanismos. Muitos passaram temporadas longas na UTI neonatal. Nestes casos, sabido o risco, são realizadas consultas de seguimento que visam diagnosticar precocemente os atrasos e indicar reabilitação.
Em alguns casos a causa do atraso motor não é evidente e, por serem bebês sem história de risco, demoram mais a receber o diagnóstico e o tratamento. É muito importante que os pais estejam atentos ao desenvolvimento dos filhos, checando por idade na caderneta da criança.
Ter paralisia cerebral não significa que a pessoa tenha retardo mental. Embora exista uma tendência a ter os dois diagnósticos simultaneamente não devemos considerar que exista retardo mental de antemão sem que sejam realizadas avaliações apropriadas. Este é um conceito importante de salientar pois muitas crianças com problemas motores sérios têm inteligência normal ou próxima ao normal e necessitam de ferramentas específicas para demonstrar suas potencialidades.
Mesmo quando o retardo mental está presente, é fundamental que a criança frequente a escola e realize as atividades necessárias para que alcance o máximo do seu potencial.
Outra questão importante é que existem disfunções não aparentes às quais o pediatra precisa prestar atenção tais como a maior incidência de refluxo gastro esofágico, problemas urinários e ortopédicos além de questões ortodônticas e de saúde mental.
A escola deve ser frequentada desde cedo pois a inclusão é um processo que amadurece junto com a criança, caso-a-caso. Questões de acessibilidade no ambiente escolar, uso de comunicação assistiva e de técnicas específicas de ensino são viáveis e devem ser solicitadas a partir da escola ou por orientação de terapêutas e médicos da criança.
Abaixo seguem alguns endereços úteis.
http://www.lateca-uerj.net/
www.paralisiacerebral.org.br/
http://cerebralpalsy.org/
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
Associação Brasileira de Epilepsia-Rio de Janeiro
Estou muito orgulhosa por fazer parte da nova diretoria da ABE-Rio de Janeiro! Temos muitos planos já em andamento! Participem!
quarta-feira, 8 de setembro de 2010
ESCOLA VIRTUAL PARA PAIS
Nossa Proposta
A Escola Virtual para Pais surge com o objetivo de oferecer Palestras pela Internet, chamadas de webconferências, e cursos online voltados para pais a fim de:
Estimular a discussão de princípios orientadores e ferramentas para o desenvolvimento humano, reconhecendo as dimensões física, emocional e espiritual de cada um;
Refletir de forma crítica a situação atual da família, no contexto social e individual, propiciando situações que estimulem à auto-avaliação de posturas.
Por serem atividades desenvolvidas através da web, a facilidade para participação é enorme! Basta que tenha um computador conectado à Internet e de sua casa ou de seu trabalho, em qualquer lugar do mundo, você pode participar.
Nas webconferências, o palestrante utilizará recursos de vídeo; os participantes o verão e o ouvirão no decorrer da atividade. A interação entre o palestrante e os participantes é feita através do chat.
Para participar, acesse o Calendário de Palestras, faça seu cadastro no site e reserve sua vaga, pois são apenas 30 participantes por palestra.
Caso você queira sugerir um tema ou um palestrante, nos envie um email contato@escolavirtualparapais.com.br .
Participe! Você é insubstituível para seu filho!
www.escolavirtualparapais.com.br
A Escola Virtual para Pais surge com o objetivo de oferecer Palestras pela Internet, chamadas de webconferências, e cursos online voltados para pais a fim de:
Estimular a discussão de princípios orientadores e ferramentas para o desenvolvimento humano, reconhecendo as dimensões física, emocional e espiritual de cada um;
Refletir de forma crítica a situação atual da família, no contexto social e individual, propiciando situações que estimulem à auto-avaliação de posturas.
Por serem atividades desenvolvidas através da web, a facilidade para participação é enorme! Basta que tenha um computador conectado à Internet e de sua casa ou de seu trabalho, em qualquer lugar do mundo, você pode participar.
Nas webconferências, o palestrante utilizará recursos de vídeo; os participantes o verão e o ouvirão no decorrer da atividade. A interação entre o palestrante e os participantes é feita através do chat.
Para participar, acesse o Calendário de Palestras, faça seu cadastro no site e reserve sua vaga, pois são apenas 30 participantes por palestra.
Caso você queira sugerir um tema ou um palestrante, nos envie um email contato@escolavirtualparapais.com.br .
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Meu filho tem Tiques
O transtorno transitório de tiques acontece muito frequentemente em crianças e no mais das vezes trata-se apenas de um piscar de olhos repetido ou de movimentos involuntarios de mãos e boca. Quando estes movimentos permanecem por mais de um ano e, especialmente, se aparecem de maneira combinada entre tiques motores e sonoros, com vocalização, manias e atos que o indivíduo não consegue controlar temos que nos preocupar. Nestes casos podemos estar diante do diagnóstico de Síndrome de Tourette, que atrapalha muito a vida do paciente e de sua família e que tende a responder bem ao tratamento com remédios. É comum que haja uma história psiquiatrica e de distúrbios de movimento na família e às vezes os próprios pais trazem a suspeita do diagnóstico. O tratamento medicamentososo e de psicoterapia tem bons efeitos, portanto leve seu filho para tratamento!
TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade)
O TDAH é um diagnóstico muito comum em crianças. Nas últimas 2 décadas as pesquisas e avanços acerca deste transtorno foram muito grandese entende-se hoje a importância de diagnosticar e tratar precocemente o indivíduo com este diagnóstico. Inicialmente, as crianças apresentam sintomas de desatenção e hiperatividade que influenciam seu desempenho na escola e na vida social e estes são os motivos dos encaminhamentos para atendimento. Por vezes a queixa vem da escola e por outras da propria família. É frequente que o paciente seja avaliado e tratado por psicólogos, fonoaudiologos e psicopedagogos com melhora parcial ou mesmo sem resposta às intervenções até que seja feito o diagnóstico. Os sintomas acarretam prezuizo de rendimento escolar e também das relações sociais e alguns pontos são muito importantes para a correta abordagem:
1) Estabeler o diagnóstico e as comorbidades (diagnósticos associasdos tais como a dislexia, ansiedade, depressão, transtorno bipolar) que estão presentes em mais ou menos 60% dos casos
2) Decidir sobre a prioridade de tratamento dos diagnósticos
3) Iniciar tratamento medicamentoso e não medicamentoso que inclui a orientação da família e da escola, terapia comportamental de acordo com o caso, fonoaudiologia e psicopedagogia.
É importante que a família e o paciente entendam que este é um transtorno que depende de todos para encontrar um bom resultado mas que o prognóstico melhora muito com o tratamento precoce.
1) Estabeler o diagnóstico e as comorbidades (diagnósticos associasdos tais como a dislexia, ansiedade, depressão, transtorno bipolar) que estão presentes em mais ou menos 60% dos casos
2) Decidir sobre a prioridade de tratamento dos diagnósticos
3) Iniciar tratamento medicamentoso e não medicamentoso que inclui a orientação da família e da escola, terapia comportamental de acordo com o caso, fonoaudiologia e psicopedagogia.
É importante que a família e o paciente entendam que este é um transtorno que depende de todos para encontrar um bom resultado mas que o prognóstico melhora muito com o tratamento precoce.
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