terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Ensinar a ser feliz

O que é ser feliz e como se aprende isso? Será que dentre as muitas coisas que devemos ensinar aos nossos filhos, precisamos pensar em como ensinar algo que parece tão natural? A sensação de satisfação que muitas pessoas chamam de felicidade pode ser muito transitória e dependente de fatos externos. Um carro novo, uma roupa, ir a um certo lugar, almoçar fora... usar a roupa de marca, dizer que viajou nas férias... É claro que são coisas boas, usufruir de bem estar material e conforto... mas... quantas pessoas conhecemos que jamais estão felizes, apesar da rotina infindável de aquisições? "Ter" é uma coisa muito provisória, uma vez que a sociedade de consumo nunca nos deixa satisfeitos. Sempre haverá um novo " ter", melhor, mais recente e que nos dê mais status, ou seja, que nos dê um bom lugar na sociedade de consumo... "Ser" é mais difícil. Dá mais trabalho e depende de uma estrutura que parte de dentro de nós. Algo que o consumo não modifica. Bem, e os pais? Digamos que este jogo de valores seja principalmente familiar. É natural que a criança queira tudo de interessante, novo e colorido mas cabe aos pais trazer a reflexão consciente que dá à criança a capacidade muito poderosa de escolher. Ser levado pelo consumo não é o mesmo que escolher o que quer. Decidir se algo lhe interessa realmente depende de reflexão e esta, por sua vez, de auto-conhecimento. Ajudar seu filho a conhecer seus sentimentos, seus motivos e a refletir sobre o mundo que o cerca faz com que ele se sinta no controle da própria vida: um passo dos mais importantes para a felicidade. O respeito aos próprios sentimentos e a capacidade de ouvir e de dizer sim ou não sem medo ou culpa são conquistas que garantem um caminho de coerência emocional que resulta mais vezes em felicidade. Pessoas que se conhecem são mais felizes, isto é certo. Ajude seu filho.

Meu filho não dorme

Esta é uma queixa muito frequente nos consultórios, especialmente para bebês. Lembre-se: os bebês recém nascidos dormem em torno de 18 horas por dia mas seu sono é feito em parcelas, dando a impressão de que nunca dormem de verdade. Apenas quando estabelecem o amadurecimento do ritmo circadiano relacionado à luminosidade e também passam a poder ficar mais horas sem comer é que o sono se torna mais agrupado e respeita o ciclo noite/dia. Mesmo assim, até os 4 ou 5 anos, muitas crianças ainda precisam dormir durante o dia por algumas horas. Para crianças mais velhas, são trazidas aos consultórios as queixas relacionadas ao despertar noturno frequente e dificuldades para dormir. Nestes casos, a maior parte das vezes há relação com hábitos inadequados. Porém, a epilepsia noturna, problemas de apnéia do sono e outras questões de saúde devem ser investigadas pela entrevista e solicitação de exames. A higiene do sono refere-se à condições que favorecem a saúde do sono tais como o ambiente silencioso e de boa temperatura, os horários constantes  e os hábitos relacionados. Veja se você respeita os preceitos de higiene do sono para você e sua família: 1. Ambiente calmo e mudanças graduais  no horário de adormecer 2. Consistência de horários 3. Ritual do adormecer que tenha conforto e constância 4. Domínio do próprio adormecer 5. Evitar dependência tal como o sono na mesma cama dos pais 6. Evitar alimentar a criança durante a noite para que volte a dormir. Caso você tenha dificuldades para implementar uma rotina saudável procure a orientação de seu pediatra.

Paralisia cerebral

O termo Paralisia Cerebral refere-se a uma disfunção neuromotora que afeta o cérebro em desenvolvimento. Está relacionada a um problema motor: uma dificuldade de realizar movimentos e a se libertar de um padrão mais reflexo de atos motoresde forma a alcançar etapas esperadas no desenvolvimento voluntário, tais como rolar, sentar, engatinhar e andar. As crianças com este diagnóstico podem ser mais rígidas (espásticas.afetar o corpo todo ou uma parte dele, serem mais molinhas ( hipotônicas) ou apresentarem movimentos descordenados (atáxica e coreoatetótica). Frequentemente houve alguma dificuldade no parto ou antes deleque levou à lesão cerebral por falta de oxigenação ou outros mecanismos. Muitos passaram temporadas longas na UTI neonatal. Nestes casos, sabido o risco, são realizadas consultas de seguimento que visam diagnosticar precocemente os atrasos e indicar reabilitação. Em alguns casos a causa do atraso motor não é evidente e, por serem bebês sem história de risco, demoram mais a receber o diagnóstico e o tratamento. É muito importante que os pais estejam atentos ao desenvolvimento dos filhos, checando por idade na caderneta da criança. Ter paralisia cerebral não significa que a pessoa tenha retardo mental. Embora exista uma tendência a ter os dois diagnósticos simultaneamente não devemos considerar que exista retardo mental de antemão sem que sejam realizadas avaliações apropriadas. Este é um conceito importante de salientar pois muitas crianças com problemas motores sérios têm inteligência normal ou próxima ao normal e necessitam de ferramentas específicas para demonstrar suas potencialidades. Mesmo quando o retardo mental está presente, é fundamental que a criança frequente a escola e realize as atividades necessárias para que alcance o máximo do seu potencial. Outra questão importante é que existem disfunções não aparentes às quais o pediatra precisa prestar atenção tais como a maior incidência de refluxo gastro esofágico, problemas urinários e ortopédicos além de questões ortodônticas e de saúde mental. A escola deve ser frequentada desde cedo pois a inclusão é um processo que amadurece junto com a criança, caso-a-caso. Questões de acessibilidade no ambiente escolar, uso de comunicação assistiva e de técnicas específicas de ensino são viáveis e devem ser solicitadas a partir da escola ou por orientação de terapêutas e médicos da criança. Abaixo seguem alguns endereços úteis. http://www.lateca-uerj.net/ www.paralisiacerebral.org.br/ http://cerebralpalsy.org/